quinta-feira, 26 de julho de 2018

MINHA PASSARELA

Bruno Rodrigues
Tu, que brilhaste em terras queridas,
hoje não é mais enaltecida.
Debaixo do soberano sol,
e esquecida pelos que em ti caminhavam,
já não exuberas mais a elegância que de ti exalava.
Oh, minha passarela!
por que não és mais tão bela?
Onde está tua ternura?
E por que, à noite, tu ficas tão escura?
Oh, minha passarela! Aos estranhos que falei sobre ti,
hoje me envergonho de te exibir.

Oh, minha passarela! por que não és mais tão bela?
Arquitetada da forma menos singela,
por que não és mais tão bela?
Foste tão exuberante,
que mais parecia uma debutante,
 ao lado de tua prima velha,
aquela toda feita de metal,
que a sua engenharia foi esquecida de forma banal.
Oh, minha passarela! Por que não brilhas mais como antes?
Com o azul do teu dorso e os pontos amarelos flamejantes?

Sem esses brilhos tu perdes teus contrastes,
e passas a ser a mais posposta arte.
Tomada pelos bandoleiros que assustam teus admiradores,
me faz acreditar que, do meu passeio, tu não fazes mais parte.
Oh, minha passarela! Por que estás tão triste?
Será pelo cuidado que a ti não mais existe?
Ou será por que teus pés, que tocam o rio lá no fundo,
aquele que transporta todos os dejetos imundos?

Não podes ficar sorumbática,
tão próxima da flâmula mais carismática!
Que representa um povo viril,
que lutou para ser do Brasil!


Bruno Rodrigues é natural de Rio Branco.

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