a importância de
ver
O tempo pulverizar
flocos de neve
Em teus cabelos
negros.
Hoje tua cabeça
branca
espelha os anos
vividos
Tua alegria jovial
expressa em sorrisos
também nas faces a
raiva às injustiças
Agora teus gestos
lentos expressam sua luta
Para não satisfazer
as limitações do corpo.
Tua voz perdeu o
forte timbre
Que minha memória
gravou na infância
Hoje é voz baixa,
pausada…
Mas tudo é surpresa
em ti
Vigorosa mulher.
Recordo ainda teus
braços fortes
lavando, passando,
construindo nossa casa,
com suas próprias
mãos,
subindo e descendo
os barrancos do rio
com latas d´água
nas mãos.
Teus poucos anos de
escola
Não te aluíram de
alfabetizar oito filhos
Lavou, passou,
Cozinhou, costurou…
Fez muito mais que
isso
Dessa concretude
(desde o mais cru
ao mais concreto ou cozido)
À parte mais
espiritual de nossas relações
Àquelas que nos
sustentam e mantém o elo.
Que bom poder dizer
isto a ti agora
No momento que
ainda vives,
embora, viverás
para sempre em nossa memória e em nosso coração.
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