Arthur Schopenhauer (1788-1860)
A vida real de um pensamento dura apenas até
ele chegar ao limite das palavras: nesse ponto, ele se lapidifica, morre,
portanto, mas continua indestrutível, tal como os animais e as plantas fósseis
dos tempos pré-históricos. Essa realidade momentânea da sua vida também pode
ser comparada ao cristal, no instante da cristalização.
Pois, assim que nosso pensamento encontra as
palavras, ele já não é interno, nem está realmente no âmago da sua essência.
Quando começa a existir para os outros, ele deixa de viver em nós, como o filho
que se desliga da mãe ao iniciar a própria existência. Mas diz também o poeta:
“Não me confundais
com contradições!
Tão logo se fala, já se começa a errar,”
SCHOPENHAUER, Arthur. Sobre o ofício do escritor. Tradução (italiano)
Eduardo Brandão, (alemão) Luiz Sérgio Repa. São Paulo: Martins Fontes, 2005.p.14-15
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