segunda-feira, 18 de setembro de 2017

COURO DE GATO E PERDA DA COLOCAÇÃO

Antônio Gomes do Nascimento
Tonho do Milton

Essa é a história de um seringueiro por nome Luiz Castelo que morava na comunidade Restauração com sua esposa e seis filhos. Luiz Castelo não era considerado pelos patrões um bom seringueiro, mas fazia quinhentos quilos de borracha. Era um bom vizinho. Sim, esta história foi em 1966 quando eu tinha oito anos, mas ainda lembro muito bem.

O senhor Luiz Castelo matou um gato-açu, na época a pele dava muito dinheiro. Aí, o seu Luiz vendeu a pele para um marreteiro por nome Raimundo. Quando o patrão soube, expulsou o mesmo da colocação. O seu Luiz não tinha canoa, pediu uma passagem ao patrão, mas ele não arranjou, pois estava com muita raiva do seringueiro. O patrão disse que Luiz não tinha transporte em suas embarcações. A coisa ficou ruim para o Luiz, pois teve que arriscar a vida dele com a mulher e os filhos. Fez uma balsa de caule de malva, pôs seus cacarecos em cima com a família e desceu no rio cheio, sob sol e chuva.


Texto e foto in  
Antologia de escritores da Floresta I / Adelmar Rodrigues de Souza [et al.]; organização Augusto de Arruda Postigo... [et al.]. Campinas, SP: UNICAMP/IFCH/CERES, 2004. p.11

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