segunda-feira, 29 de julho de 2013

TIREM AS MÁSCARAS!

Profa. Inês Lacerda Araújo 


É lamentável que os protestos venham degenerando em bagunça, violência, ataques ao patrimônio público e privado.

Como seria a vida em sociedade sem bancos funcionado, sem sinais de trânsito, com lojas depredadas?

Por que até agora a polícia não prendeu os que merecem, interrogou-os para saber qual é a intenção dos vândalos, de onde eles vêm, quem são esses mascarados covardes, por que não pagam pelos seus crimes?

Será que não perceberam (ou perceberam e são de alguma forma instigados por algum tipo de autoridade) que infiltrados nos movimentos legítimos provocam resultado oposto, isto é, a perda de apoio da população?

É urgente criar um movimento que os denuncie, arrancar a máscara, inclusive a do famoso sorriso, que já cansou, e mostrar a cara.

Mostre a sua cara ou caia fora, essa deveria ser a palavra de ordem!

***

E que dizer dos protestos durante e em meio a visita do papa Francisco?

Falta de respeito pelo outro, pelas posturas e crenças de cada religião, por movimentos que engajam multidões e têm tradição internacional. 

Quando há discordância, ela pode e deve ficar explícita por meios que possibilitem responder, argumentar e não forçar a barra!

A "Marcha das Vadias" tem hora e lugar próprios para surtir o efeito desejado, que é o protesto das minorias sexuais, a denúncia da violência contra as mulheres, o direito de se vestir conforme seu gosto e não segundo normas sociais padronizadas.

Até aqui, tudo bem.

Mas promover a destruição pública de estátuas choca, revolta, pois é em ambientes
Ridículos!
de fé que elas são expostas. Isso lembra fanáticos de certos cultos que invadem igrejas para quebrar imagens.

Qual é o efeito? Nunca o de crítica social, moral e ética, e sim o efeito deletério da falta de respeito pelo outro, sua crença, sua religião, seus valores.

Protesto justo é aquele em que se defende um direito, um valor, um modo de vida quando atacado.

Protesto justo é aquele em que se denuncia governantes relapsos, corruptos, acomodados no conforto do poder.

Protesto justo é aquele em que se luta por representação, por direitos legítimos que a maioria, habitualmente silenciosa, reivindica. A voz da sociedade precisa e deve ser ouvida.

***


Denunciem os covardes baderneiros, pois, aparentemente, a polícia "protege" o protesto pacífico e só aparece após o fim do vandalismo. Esquisito, não?



INÊS LACERDA ARAÚJO - filósofa, escritora e professora aposentada da UFPR e PUCPR.

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