Saudade...
Quem nunca teve!
Quem não tem saudade da sua terra ida,
Quem não tem saudade da sua gente querida;
Nas longínquas terras do Jordão;
Tenho boas lembranças de Tarauacá,
E das moças bonitas e faceiras de lá.
Ah, quanta saudade de nossa Catraia valente,
Que sobreviveu o tempo e o vento,
Andou com a gente, nas águas barrentas do
afluente,
Até sucumbir no seu juízo final.
Rio Branco, Biriba, dos Padres e Cine
Recreio;
Muita alegria e gritaria;
Pirulitos, pipocas e balas.
Velhos seriados épicos de capa e espada,
Ainda, em ‘preto e branco’ dominavam a
preferência infantil,
Nas aventuras bretãs de O Rei Arthur
E os Cavaleiros da Távola Redonda.
Ainda me lembro Das novenas na Catedral,
Carolas com os crucifixos em suas mãos,
Implorando para o Santo Antônio,
Um Príncipe Encantado’, “Um marido”, encomendado.
Saudade dos Arraiais e das Quermesses,
Festa na Santa Inês do pároco Orlando Testi,
Do Bosque, Cerâmica e Cadeia Velha;
Bairro Quinze e no José de Melo.
As festas Juninas, Paus de sebo e Quadrilhas,
As festas Juninas, Paus de sebo e Quadrilhas,
Lindas caipiras enfeitadas em traje típico,
Cantando e dançando ao som do forró,
Ao lado da fogueira até o sol raiar.
Bem gostosos e quentinhos era só degustar.
Vinho quente, Milho verde cozido, Pamonha,
Macaxeira, espetinho assado e Quentão.
Além disso, os Bingos,
Com seus deliciosos frangos assados,
Com farofa e Caviar,
Provocando-nos a apostar.
Ao som da retreta na Praça Eurico Dutra,
Com a banda de música da antiga Guarda
territorial,
Sob as batutas dos Maestros, Sargentos Roldão
e Horácio,
Contagiavam os presentes com suas sinfonias
de dobrados.
Nas Festas de Aniversários,
Nas Alvoradas,
Ou nos Bailes de Carnavais
Ao som da Banda a tocar, ao lado da fonte luminosa,
Moças de braços dados, em volta de si,
Desfilavam no calçadão olhando para os
rapazes,
Escolhendo um tremendão.
Homenagens aos maestros Holdernes e Raimundo Neves e aos músicos Sandoval dos Anjos, Mário do Carmo Pires, Elias Ribeiro Alves, (Sargentos): Xolada, Deca, Souza, Zuza, Adonias, Edmundo, Cleomendes, Juvenal, Zé Paulo, (Tenentes) Belarmino, Zeca Torres, Vitor, e ao querido Capitão Pedroca (Pedro Vasconcelos Filho), autor da belíssima composição “Canção do Soldado Acreano” (dobrado).
Dos rodízios nas escolas em nosso ‘Grupo escolar’
Da semana da Pátria e de o desfile militar;
Lindas bailarinas (guias) estudantis que
ficavam dançando
E com suas acrobacias a nos enfeitiçar.
Dos trabalhos incansáveis dos educadores,
Pioneiros na Educação Física: Valter Felix,
Tinoco, Wilde Viana, Barbadinho, Lucíola, A. Pereira.
Tinoco, Wilde Viana, Barbadinho, Lucíola, A. Pereira.
Júlio D’Anzicourt, Nairton (Tilim) e Ivone
Carneiro.
Saudade dos clássicos no Estádio José de Melo;
Assistir e vibrei muito e não posso esquecer,
Do craque Toca e de seus dribles
desconcertantes,
Deixando o adversário, sem ver a bola e o
restante.
Quem não se lembra de Sepetiba, Boá, Guimarães, Onofre, Orsetti, Zé Cláudio, Bararu Alicio, Édison Urubu, Irié, Tião Macaco, Mozarino, Pedro da Burra, Escurinho, Dudu, Caetano, ‘Zezinho Pestana Branca’, Curitiba, Pipira, Helinho, Tinoco, Arigó, Cidico, Clóter, Campos Pereira, Antônio Leó (Leco-Leco), Adalberto Pereira, Kikito, João Carneiro, Bico-Bico, Nemetala, José Maria, Edson Carneiro, Nostradamus, José Augusto, Klerman, Benevides, Ivo Neves e o famoso Dadão. E muitos craques que deixaram de ser citados.
Tinha a obrigação,
De provar o gostoso Muncunzá (Mungunzá),
Ou o famoso mingau de Banana comprida;
Além do Chico padeiro, que era o maioral,
Com sua apetitosa guloseima, não sobrava para
ninguém,
Criou toda uma parentela,
Do bacharelado ao Doutorado.
Tempo glorioso de menino de papagaio (pipa),
Empinando e entrançando,
Brincando e cortando,
Com linha de seda ou zero na mão.
Quem nunca se consultou no Posto de Saúde,
Com o médico Élson Damasceno e os doutores:
Monte, Nabuco, Ary, Augusto, Kawada, Laelia,
Barrau & Barrau; e mais tarde Caetano e
Labib.
Quem nunca comprou nas Casas: Araripe,
Granfina e Lavocat; Na Mario Maia,
O suculento Pirarucu e a gostosa “Jabá”
Bem fritinhos e com farofa era só saborear.
Na velha Gráfica da imprensa Oficial,
Aprendendo um Ofício,
Para um bom futuro seguir,
Impressor, tipógrafo ou Encadernador.
Lembro-me dos que entraram na época:
Rivaldo Guimarães, Jurivaldo Brasil, Edilson
(Pincel), Edilson (Gordo), Pranchão, Pampolho, Edson (Bode), Carlos Viegas
(Carlito), Darci, Muru Brasil, Cláudio Mota, Heleno, Wagner Cardoso (Esfola-Gato),
e o Zé Linguiça etc.
Quem não participou do Vasquinho do Miquelino
Do time do Roraima e do Pranchão,
Das peladas na Floresta,
São Francisco e Campo dos Guimarães.
Teó Souto, Kikito, Roberval, Elísio Noronha Rebouças, Bichano da Aidê, Tortinho, Zé Maria, Zeca, Zé Palito, Lua, Euclides, Lúcio, Wilson, Chico Cuiu, Álvaro, Dái, Bolinha, Juscelino, Ney, Miguel, Ramirez, Zequinha (da Dona mocinha), Roraima etc.
Dos banhos no rio,
Com muitas diversões,
Na praia da Base, Mesa de Renda.
E na Judia.
Quem não se recorda dos piqueniques estudantis,
Na distante Sobral, regados a muitos
churrascos,
E fortíssimos quentões; Aos passeios,
Na Estação Experimental Com muito Caju Maçã.
Dos assaltos carnavalescos com Crescêncio
Nos clubes do Rio Branco, Juventus,
Vasco da Gama, Tentâmen, Atlético Acreano,
E em nossa conceituada SBORBA.
Blocos de Sujo, nos Carnavais,
Escolas de Samba da Cadeia Velha,
Bairro Quinze e Capoeira
Os grandes bailes do Juventus e do Rio Branco,
Com Crescêncio, Os Bárbaros e os Mugs,
Interpretando os sucessos,
Dos Beatles aos Rolling Stones.
Lembranças inesquecíveis da Rádio Difusora,
Do auditório com programas de calouros;
Natal de Brito no comando e os valores da
terra a interpretar;
De Mota de Oliveira o Galã da Locução,
Que enfeitiçava toda a mulherada,
Encantando corações,
Em programa de saudade, Com poema de paixão.
Índio do Brasil, com sua voz de timbre grave,
Lia o Noticiário Oficial do Governo,
Informando tudo a todos,
Portarias, nomeações e demissões.
O Radialista Cícero Moreira
Embora só com uma visão
Mas enxergava tudo direitinho,
Na hora do texto da Locução.
Homenagem aos colegas radialistas e jornalistas que participaram desse tempo memorável (décadas 64/73):
Natal de Brito, Cícero Moreira, Mota de Oliveira, Altemir Passos, Rivaldo Guimarães, José Lopes, Pinheiro (irmão do Natal), Oto Viana, Marçal, Professor Aramô Pascoal, Etevaldo Gouveia, Anselmo Sobrinho, Francisco Pinto, Theodomiro Souto (Teó), Chico Pop, João Filho, *Gilberto A. Saavedra, Sergio Quintanilha, Dom Giocondo Maria Grotti, Zezinho Melo, Jorge Cardoso, José Valentim Santos, Agnaldo Martins, Agnaldo Guilherme, Adalberto Dourado, Raimundo Nonato (Pepino), Francisco Cunha, Nivaldo Paiva, Compadre Lico e o irmão dele, Conde, Claudemir Mesquita, Marinete Távora Wonlind, Rita Batista, Estevão Bimbi, Nilda Dantas, William Modesto, Delmiro Xavier, Mauro D’Avila Modesto, Joaquim Ferreira, Alicio Santos, Luis Rodomilson, Eduardo Mansour, Gerardo Madeira, Ilson Nascimento, José Simplício, J. Almeida, Juvenal, Elizeu Andrade, Ulisses Modesto, Campos Pereira, J. Conde, J. Xavantes, Elísio R. Rebouças, E. Gadelha, V. Canizo, Alberto Chaves, Chico Pontes, Raimundo Fernandes, M. Costa, Antônio Carlos Batista, Demóstenes Nascimento e Ronaldo Guerra.
Natal de Brito |
Vilma Nolasco, Paulo Farias, Marte Rocha, João Nascimento, Adriano César, Paulo Mota, César Hildo, Luis Miquelino, João P. Dolores Silva, Terezinha Batalha, Orlando Mota, Terezinha Oliveira, Lila, Ilma, Graça Oliveira, Antônio Mota e o irmão do Zezinho Melo.
Aos pioneiros: Garibaldi Brasil, Alfredo Mubárac, Índio do Brasil, Sérgio Brasil, Maria Júlia Soares e Diomedes Andrade.
Não podendo ficar de fora, a figura folclórica do simpático e querido ‘Cornélio’, funcionário da Difusora Acreana.
Mas o tempo passou, e tudo ficou para trás. Conosco, somente as lembranças e saudades dos bons momentos vividos.
Eu aqui fico a pensar: o que significa tudo isso? Por que tem de ser assim? Por que ficamos tristes, quando relembramos o nosso passado?
Qual o significado da vida? Uma coisa eu aprendi:
– Não devemos esquecer jamais
Os nossos amigos, os entes queridos,
E os nossos verdadeiros heróis, “os nossos
pais”.
Em 1965 tive algumas participações no rádio, mas só em 1966, depois de um teste de Locução com o Radialista Natal de Brito, é que iniciei profissionalmente como Locutor da Rádio Difusora Acreana.
Fiz parte da equipe ZYD-9, até 1973. Depois fiquei como Correspondente colaborador do Rio de janeiro de 1995 até 2004, especialmente para o programa ‘Gente em Debate’ com Raimundo Nonato Costa, depois com Washington Aquino, às vezes, com Edvaldo Souza e José Simplício.
De 1995/2004 como Correspondente do Rio de janeiro para o programa “A Grande Parada Musical” com Jorge Cardoso, na Rádio Gazeta FM e “Show da Tarde” aos sábados pela extinta Rádio Mauá – Rio de janeiro, hoje com o nome de Rádio Tropical.
Exerci os Cargos de Contrarregra, Chefe do Setor Artístico e Chefe do Setor de Programação da Difusora Acreana 1997/1973.
Considero os meus bons momentos no rádio do Acre, quando passei a função de Locutor de Noticiários, apresentando Jornais; Programa “Não Diga Não Nem Né”; e as conquistas da radionovela “O EGÍPCIO” um dos maiores sucessos do rádio no Acre.
Se quiser mais detalhes, como essa radionovela, chegou a Difusora Acreana e revolucionou o sem fio no Estado, acesse o Blog “Alma Acreana”, Radionovela “O Egípcio” na década de 70. “Briga pela audiência na capital Rio-branquense entre a Difusora Acreana versus Rádio Novo Andirá”. Período (1966/1973).
3 comentários:
ERA DESSE JEITINHO MESMO. BOAS LEMBRANÇAS, SAAVEDRA. ESCREVA MAIS E SEMPRE. PARABÉNS
Obrigado, amiga escritora Leila Jalul."O túnel do tempo nos leva ao passado e com ele os momentos de recordações da nossa vida: nós humanos sempre, daremos primazia das boas lembranças que sempre nos trarão saudades. Um grande abraço.
A foto das moças é da Gazeta do Acre, conc. Miss Acre ano de 2015.
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