todo amor é assim,
plágio
cópia de cópia de si, no mesmo
cópia de cópia de si, no mesmo
sim na sua
visibilidade
no seu sexo. Porque
todo amor
é aquela alegre
repetição
doença de sonho e
de tensão
acontecimento que
tanto faz
se desfaz. De que
não posso
dizer o que quero,
ou o que vale
nem mesmo vale a
pena
[O amor, seu
troco.]
O caro, o espaço, o
caroço
o que sobra o que
falta e o falho.
Todo amor falece.
Não cresce.
Não é o que se espera.
Não é o que se espera.
Dele nada sobra.
Além do gozo.
Da calma, da cama,
do colo
da palavra: só as
notas altas
o cantam. As
baladas mais.
A exultação mais
plena.
Pois todo amor é
outra vez
o mesmo amor. É
sempre. É pouco.
E só se estabelece
quando
impossivelmente
fala a falta
do tolo amor, que
já é lembrança
excessiva. Que todo
amor costura
um tédio. E tem a
surpresa da morte.
Somos suas presas em
suas levezas.
Corre o fundo tempo
por seus lodos
mostra a sua sede à
noite morta.
Quem me crê sabe o
que digo:
o amor já vem
perdido, pois perder-se
é o destino amante.
Dele vem logo
o mote o trote o
corte a espada
que o amor tem em
seus dentes
pois sua loucura é o nada.
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