Roma dos deuses. Roma pagã. Roma eterna. Roma cristianizada. Para onde quer que se olhe algo aponta para os céus. Os deuses greco-romanos num único Deus cristão. A quem compete julgar? Colunas e monumentos persistem a vencer as mãos esfaimadas do tempo e do homem que não quer se render. O brado dos césares persiste a ecoar. Não silencia jamais. E percorre praças, e ruas, e bosques.
Cruzar as ruas é como saltar de um século a outro. Tudo é tão distante porque intimamente tão próximo. Uma força estranha nos impele, nos abraça. Mortos e vivos se dão as mãos e caminham serenos. Afinal não se sabe se são os mortos que estão vivos ou se são os vivos que estão mortos. É tênue a linha da beleza. É tênue a linha da vida.
Roma extasiante. Roma sublime. Se a beleza que emana da arte é capaz de suprimir por um instante as agruras de um mundo humanamente desumanizado, Roma acalanta a humanidade. Em seu seio há todas as línguas, todos os rostos, todas as crenças. Todos sedentos: da Beleza: de Sentido: de Deus. Talvez.
Roma respira a arte. Roma vive a/da arte. Como não se render à beleza das centenas de igrejas ornadas de mosaicos, afrescos, esculturas, imagens e objetos centenares. Aqui uma pintura de Rafael. Ali uma escultura de Michelangelo. Lá um mosaico do período bizantino. O coração de Roma é a beleza. É a arte. É o divino. Os povos acorrem a ela para encontrar um passado que pertence a todos.
P.S. texto escrito quando ainda me encontrava em Roma.
2 comentários:
Lindo e sensível texto, Isaac. Em outubro vou a Roma e Veneza... Certamente guardarei suas recomendaçãos: "aqueles que puderem, vivam-na, sintam-na, compreendam-na".
a anônima anterior sou eu rsss (esqueci de "assinar)
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