Robert Frost
Duas estradas num bosque amarelo divergiam;
Triste por não poder seguir as duas
Sendo um só viajante, muito tempo parei
Olhando uma delas, até onde podia alcançar,
Pois, atrás das moitas, ela dobrava.
Então tomei a outra que me pareceu de igual
beleza,
Uma vantagem talvez oferecendo
Por ser cheia de grama, querendo ser pisada;
Embora neste ponto o estado fosse o mesmo
E uma, como a outra, tivesse sido usada.
E naquela manhã todas duas tinham
Folhas ainda não escurecidas pelos passos
Ora! Guardei a primeira para um outro dia!
Mas sabendo como uma estrada leva a outra,
Duvidei poder um dia voltar!
Contarei esta estória suspirando,
Daqui a séculos e séculos em algum outro
lugar:
Duas estradas, num bosque, divergiam; e eu
Tomei a que era menos frequentada;
E foi isso a razão de toda a diferença!
FROST, Robert. Poemas escolhidos de Robert Frost. Tradução de Marisa
Murray. Rio de Janeiro: Lidador, 1969. p.39
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