Jorge de Lima (1895-1953)
Pobres de espírito os
que julgam a Lei pelos homens da lei,
a Igreja pelos homens
da Igreja,
a eternidade por um
trapo de tempo.
Pobres os que não têm
perspectiva
e são fortes de ódio
para dominar.
Pobres os que
iluminam os falsos dias
e são fugazes como as
tempestades.
Pobres os que
enfraquecem o espírito
e não têm joelhos
para ajoelhar.
Pobres os que não
passarão
onde os camelos
atravessarão.
Pobres os que não veem
o que ficou atrás,
e o que há de vir,
quando as portas baterem.
Pobres os que não conhecem
Pobres os que não conhecem
um minuto sequer de
poesia.
Pobres esses
pobrezinhos.
Misericórdia, Senhor,
para esses pobres.
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