domingo, 18 de novembro de 2012

CHICO CHAGAS: O POETA DO ACORDEON


Francisco das Chagas Gomes da Silva, Chico Chagas, nasceu em Rio Branco, Acre, no dia 23 de maio de 1971, filho de Geilda Alves Gomes da Silva e Francisco Gomes da Silva. Seu nome se deve a uma promessa feita pelo pai. Se o bebê, que nasceu com sérios problemas de saúde, escapasse, teria o nome do santo - Francisco das Chagas. E assim se fez.

Já nos primeiros contatos com o acordeon, aos sete anos, o menino tocou Noite Feliz para felicidade do pai, o sanfoneiro Chico Arigó. Cearense, Arigó fugiu de casa aos 19 anos porque o pai, seu Manoel, também sanfoneiro, não deixava sob hipótese alguma que os seis filhos homens tocassem o instrumento . Não adiantou. Os seis aprenderam a tocar o instrumento e dois seguiram sua profissão. E o primeiro neto, Chico Chagas, também.

No entanto, não foi o acordeon que trouxe Chico para o Rio de Janeiro, em 1990, a convite de Tito Freitas. Na época, seu instrumento predileto era o piano e foi com ele que o músico se apresentou em antológicas casas noturnas cariocas como o Café Nice, o Carinhoso e o Sobre as ondas.

Chico iniciou nova fase em sua carreira em meados da década de 90, quando começou a mesclar teclados e acordeon nos trabalhos com grandes nomes da MPB como Zeca Pagodinho, Moraes Moreira, Elba Ramalho, Zé Ramalho e Geraldo Azevedo (esses últimos três em O Grande Encontro 2). A reaproximação definitiva com o instrumento da infância se deu no ano 2000, com Cássia Eller. Ousada, Cássia introduziu o acordeon de Chico em seus shows e CDs e o músico despertou para suas inúmeras possibilidades.

Auto-didata, Chico Chagas mergulhou fundo no estudo do instrumento e, a partir daí, gravou, produziu e se apresentou com Chitãozinho e Xororó, Naná Vasconcelos, Carlos Malta, Maria Bethânia, Ivete Sangalo, Nana Caymmi, Adriana Calcanhoto, Paulo Moura, Miúcha, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Erasmo Carlos, Djavan e Guinga. Também dirigiu Elza Soares e o premiado show Do cóccix ao pescoço.

O ano de 2007 marca o início de sua carreira solo, com o CD "...e por falar em acordeon", em que mistura choro, samba, rock e forró de forma inovadora. Produzido por Luiz Avellar, o CD tem 13 faixas, com destaque para os arranjos sofisticados de "Day Tripper", releitura jazzística de um clássico dos Beatles. O repertório inclui ainda composições de Djavan, Marisa Monte e Pixinguinha, além da música autoral "Rio Branco", em que Chico homenageia a capital do seu estado. Neste trabalho, o músico faz jus à tradição brasileira do acordeon e retira do instrumento o rótulo de folclórico.

Informação da Revista RAIZ.

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