Sim, sei bem
Que nunca serei alguém.
Sei
de sobra
Que nunca terei uma obra.
Sei,
enfim,
Que nunca saberei de mim.
Sim,
mas agora,
Enquanto dura esta hora,
Este
luar, estes ramos,
Esta paz em que estamos,
Deixem-me
crer
O que nunca poderei ser.
27-9-1931
PESSOA, Fernando. Obra Poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992. p. 286
PESSOA, Fernando. Obra Poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992. p. 286
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