Houve o poeta clássico.
Houve o poeta
romântico.
Houve o poeta barroco
e tantos outros
poetas
por quem a poesia
se fizera
por onde a poesia
se perdera.
Houve também a
bandeira
contra passadas águas
de outras tantas
vanguardas velhas,
embora houvesse
para tantas outras
vozes e teses
a práxis da nova
estrela.
Por todo passado e
presente
que se fizera e se
perdera,
resta o poeta de
agora
sem o Ágora da fala
mais o nada do nada
de alguma ciência
grega.
É o poeta de quirelas
e querências neutras
o que agora gira e
gera
seus miúdos acúmulos
e resíduos de
indigência.
É o poeta sem
estrelas nem estrela
em seu reinado de
ausências.
É o poeta marca-passo
que se alimenta
e se contempla
no santo e sonso
repasto
de sua neutra morta
letra.
CHAMIE, Mário. Horizonte de esgrimas.
Ribeirão Preto: Funpec, 2002.
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