J.G. de Araújo Jorge (1914-1987)
Bato as asas, quero fugir como um besouro
estonteado de luz,
à procura do céu incendiado de ouro
que o seduz!
Esvoaço, tonteio, em vão... Em vão minha alma
esvoaça!
Ouço um zumbido surdo, atordoante, crescendo,
das minhas asas sôfregas batendo
numa invisível vidraça!
Lá fora é tudo tão verde! Lá fora a terra é
tão bela!
Tudo chama e convida
para a vida,
– e nem uma alma bondoso e distraída
vem abrir a janela!
Poema do livro Cânticos – 1941
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poeta
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