Daniella Paula Oliveira
EXPOSIÇÃO CÍRCULOS FLORESTAIS
Simone Bichara
FOYER DO CINE TEATRO SESC CASA DO COMÉRCIO
SALVADOR – BA
20 DE MAIO A 30 DE JUNHO
Quando um fruto se apresenta maduro,
significa que ele já está no ponto de ser saboreado; mais que isso, ele mostra
para o quê veio ao mundo; qual é a sua real natureza e papel nesse misterioso
universo.
O singelo exemplo é para fazer analogia ao
atual momento do trabalho da artista plástica Simone Bichara. Maduro,
consciente, expansivo. Mais do que em qualquer outro momento da trajetória de
mais de vinte anos de vivência artística, Simone, talvez ainda mais sensível à
arte, à natureza, à vida em totalidade, apresenta-nos um conjunto de obra
expressivo e vigoroso: tal qual um fruto maduro.
Dessa vez, a exposição, que atualmente visita
a Bahia de todos os santos e de todas as artes, traz em suas nuances nacos não
somente da floresta amazônica, das peculiares raízes acreanas, da singularidade
cabocla, indígena e oriental da artista, como também uma apreciação repleta de
conquistas; como um raio de sol que descobre na matéria que ilumina a sua
própria luz.
A mostra, agora chamada de “Círculos
florestais”, cruzou o Oceano para embelezar a Europa, e em seguida, tal qual
raiz que se alimenta da terra mãe para fazer florescer a frondosa árvore,
instalou-se na galeria do Sesc Rio Branco, no Acre, para se nutrir novamente de
sua energia de mata, de folha úmida, de terra fértil, de semente germinada, de
povo com rugas solares, sorriso desconfiado e coração generoso – como só
naquele pedaço da Amazônia Brasileira se pode ter.
Agora, em Salvador (também pelo Sesc), essa
obra mágica, que perpassa a singeleza, a pureza, a liberdade à mais alta
sofisticação e beleza, tem também a missão de arar as areias e os mares de
Caymmi. Que toda a Bahia, tão sagrada e profana, possa provar da mística dessa
arte que é acreana em raiz e Cosmológica por natureza.
O trabalho de Simone
Bichara é uma oração de cores e formas, cujo milagre é a leitura que o
contemplar em cada coração produz. Que ao depararmos com ela, possamos nós
sagrar a nossa alma e vivenciar obras primas brasileiras que circulam para
encantar o mundo.
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