J.G. de Araújo Jorge (1914-1987)
Ouve estes versos que te dou, eu
os fiz hoje que sinto o coração contente
enquanto teu amor for meu somente,
– eu farei versos... e serei feliz...
E hei de fazê-los pela vida afora,
versos de sonho e de amor, e hei depois
relembrar o passado de nós dois...
– esse passado que começa agora...
Estes versos repletos de ternura são
versos meus, mas que são teus, também...
Sozinha, hás de escutá-los – sem ninguém
que possa perturbar vossa ventura...
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Quando o tempo branquear os teus cabelos
hás de um dia mais tarde, revivê-los nas
lembranças que a vida não desfez...
E ao lê-los – com saudade, em tua dor...
– hás de rever, chorando, o nosso amor...
– hás de lembrar, também, de quem os fez.
Se nesse tempo eu já tiver partido,
e outros versos quiseres, – teu pedido
deixa ao lado da cruz para onde eu vou...
Quando lá, novamente, então, tu fores,
pode colher do chão todas as flores, pois
são os versos de amor que ainda te dou!...
JORGE, J.G. de Araújo. Os mais belos poemas
que o amor inspirou (1). São Paulo: Theor, 1970. p.60-61
Um comentário:
um dos mais belos poemas do poeta acreano... ainda hoje me comove
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