Jefferson Bessa
quando se diz eu rio
se abre no rir do rio,
lento na curva se vai
formas se encostam
na sua certa errância
o verbo assim existe
quando não se antepõe
ao eu somente pessoal
quando o rio se alarga
passa calmo sem voltar
se abre rio nos lábios
o eu rio vai com o rio
à beira do verbo o som
de água na boca se faz
se desfaz o que estranha
escorre em língua de rio
não tem jeito, quem diz
eu rio não se diz de si
diz no rio e nele os lábios
passam pelo rio rindo
Um comentário:
Um rio que nos atravessa, Issac! Inseri um link no meu blog.
Um abraço,
Jefferson
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