sábado, 29 de novembro de 2014
sexta-feira, 28 de novembro de 2014
ACRE ANTIGO
Aspectos de uma rua de Rio Branco no momento em que a companhia de sua força policial se apresta para se ver passar em revista pelo governador Hugo Carneiro, no dia 7 de setembro 1928. |
Arquibancada dos sócios do Rio Branco Foot Ball Club. Fotografia tirada no dia de sua inauguração, em junho de 1929. |
segunda-feira, 24 de novembro de 2014
AQUILO QUE NÃO FOMOS
Paulo Bomfim
Ninguém tem culpa
Daquilo que não fomos!
Não houve erros,
Nem cálculos falhados
Sobre a estepe de papel.
Apenas,
Não somos os calculistas
Porém os calculados,
Não somos os desenhistas
Mas os desenhados,
E muito menos escrevemos versos
E sim somos escritos.
Ninguém é culpado de nada
Neste estranhar constante.
Ao longe, uma chuva fina
Molha aquilo que não fomos.
BOMFIM, Paulo. 50 anos de poesia. São Paulo:
Editora Green Forest do Brasil, 2000. p.189
sábado, 22 de novembro de 2014
sexta-feira, 21 de novembro de 2014
VIVENDO...
Raul de Leoni (1895-1926)
Nós, incautos e efêmeros passantes,
Vaidosas sombras desorientadas,
Sem mesmo olhar o rumo das passadas,
- Vamos andando para fins distantes...
Então, sutis, envolvem-nos ciladas
De pequenos acasos inconstantes,
Que vão desviando, a todos os instantes,
A linha leviana das estradas...
Um dia, todo o fim a que chegamos,
Vem de um nada fortuito, entretecido
Nas surpresas das horas em que vamos...
Para adiante! Ó ingênuos peregrinos!
Foi sempre por um passo distraído
Que começaram todos
os destinos...
LEONI, Raul de. Melhores poemas. Seleção Pedro Lyra. São Paulo: Global, 2002. p.76
quinta-feira, 20 de novembro de 2014
terça-feira, 18 de novembro de 2014
segunda-feira, 17 de novembro de 2014
TRIBUTO A MANOEL DE BARROS (1916-2014)
TRIBUTO
A MANOEL DE BARROS
Isaac
Melo
coração de barro
num corpo sem chão
aves palavras
a chilrear
manuel
ao fim de tudo
mudo
pantanal
a falar
só a poesia
ousa calar
domingo, 16 de novembro de 2014
TRIBUTO A ADIB JATENE (1929-2014)
ADIB JATENE
da tabatinga de Xapuri
fez tanto coração
voltar a ri
que de comoção
o seu não pôde resistir...
....acreanamente gerado
fez re/viver
o coração cansado
da humanidade!
quinta-feira, 13 de novembro de 2014
POEMA PREMIADO
terça-feira, 11 de novembro de 2014
O ACUSADO
Cassiano Ricardo (1895-1974)
Quando eu nasci, já as lágrimas que eu havia
de chorar, me vinham de outros olhos.
Já o sangue que caminha em minhas veias pro
futuro
era um rio.
Quando eu nasci já as estrelas estavam em
seus lugares definitivamente
sem que eu lhes pudesse, ao menos, pedir que
influíssem
desta ou daquela forma, em meu destino.
Eu era o irmão de tudo: ainda agora sinto a
nostalgia
do azul severo, dramático e unânime.
Sal – parentesco da água do oceano com a dos
meus olhos,
na explicação da minha origem.
Quando eu nasci, já havia o signo do zodíaco.
Só o meu rosto, este meu frágil rosto é que
não
quando eu nasci.
Este rosto que é meu, mas não por causa dos
retratos
ou dos espelhos.
Este rosto que é meu, porque é nele
que o destino me dói como uma bofetada.
porque nele estou nu, originalmente.
porque tudo o que faço se parece comigo.
porque é com ele que entro no espetáculo.
porque os pássaros fogem de mim, se o
descubro
ou vêm pousar em mim
quando eu o escondo.
RICARDO, Cassiano. Melhores Poemas. Seleção Luiza Franco Moreira. São Paulo: Global, 2003. p.78-79
segunda-feira, 10 de novembro de 2014
OS MENINOS MAIS ENGRAÇADOS DO ACRE
Eles são de Mâncio Lima, e fazem o humor mais
engraçado do Acre, com suas paródias e zoações. O nome do canal, com cerca de
150 mil visualizações, já é sugestivo LUGAR INEXISTENTE, em clara referência ao
jargão nacional ‘o Acre não existe’. Em vez de querer provar que o Acre existe,
eles fazem exatamente a crítica contrária. Tudo de forma improvisada e nada
profissional. Tão Acre!
sábado, 8 de novembro de 2014
O MEDO VENCEU A ESPERANÇA
Inês Lacerda Araújo
Quais foram as pessoas que insistiram em
entronizar novamente o PT no poder, do qual não deseja e nem pode sair?
Anos atrás uma colega da UFPR me convidou
para evento ou manifestação do PT, sequer passou pela sua cabeça que eu não
fosse partidária daquele ideário e daquelas propostas, socialismo, ocupação de
terras, Lula no poder, triunfo da esquerda, etc.
Isso porque petistas sempre se consideraram
acima de suspeita, partido da ética (pois sim!!!), militância aguerrida, modelo
socialista cubano, a estrela vermelha acima de tudo e de todos. Nós, e somente
nós, temos razão, somos bons, os melhores, o Brasil irá se transformar, sem
miséria, sem fome, nacionalizaremos os bancos, o MST será o dono do campo, fora
agricultura de exportação, todo poder aos sindicatos, enfim, vários slogans e
palavras de ordem para ganhar não adeptos e sim fervorosos militantes.
Nada disso, e Lula para exercer governo
minimamente eficaz, precisou usar dos princípios e bases da economia de
mercado. O FMI não teve sua dívida paga, o MST só não invadiu à vontade
propriedades rurais, porque, afinal, sem exportar grãos a balança comercial
entraria em colapso. Depois foi o que se viu, cabresto à custa de dinheiro de
deputados (mensalão) e agora, justamente depois de acusar Fernando Henrique,
Alckmin e Serra de quererem privatizar a Petrobras, o lulopetismo afundou a
Petrobras, "privatizou" a empresa, mas para eles!!!
A oposição perdeu novamente.
Quem votou em Dilma?
Pobres e miseráveis amedrontados, amordaçados
e deixados em condição de pobreza e miséria. Sim, aumentou o número de
miseráveis, isso convém, isso é necessário, manter toda uma população sob o
garrote. A distribuição de riqueza falhou, ou melhor, foi feita na medida certa
para a manutenção no poder.
Os que usufruem do poder, não saem, assim não
precisam batalhar por emprego, e as falhas podem continuar acobertadas. De
qualquer modo, milhares de apaniguados que não largam o osso.
Votaram também, é claro, os militantes, eu
diria, os fiéis à causa, cuja cartilha são as lições pré-históricas dos
intelectuais marxistas. Para eles o muro de Berlim, que caiu há 25 anos,
precisa ser reerguido. A imprensa precisa ser censurada (há os simpatizantes da
Folha de São Paulo, mesmo quando este jornal critica o governo, a militância
acusa apenas a TV Globo, claro, analfabetos assistem TV mas não leem
jornal...), os grupos sociais simpáticos à causa serão financiados, os
professores de História contarão que o capitalismo é mau, que os pobres são
bons e os ricos maldosos, esse conto de fada tão fácil de fazer a cabeça da
rapaziada.
A desconstrução mentirosa foi muito bem
articulada, deu certo.
O que o lulopetismo não previu foi a força dos protestos, a
indignação, a esperança de ter um
governo eficiente e ético foi frustrada e hoje serve de mola para protestos
pós-eleitorais. Isso nunca se viu antes!
Os que votaram em Aécio podem esperar mais
quatro anos. Será difícil, muito difícil...
* Inês Lacerda Araújo - Professora de Filosofia durante 40 anos, na
UFPR, e nos últimos anos na PUCPR. Atualmente autora de livros sobre
Epistemologia, História da Filosofia e Teoria do Conhecimento.
segunda-feira, 3 de novembro de 2014
CONSELHO ESTADUAL DE CULTURA DO ACRE CONCEDE COMENDA DE MÉRITO CULTURAL A QUATRO PERSONALIDADES DA CULTURA ACREANA
O Conselho Estadual de Cultura, no próximo
dia 05 de novembro, quarta-feira, Dia Nacional da Cultura, confere comendas de Mérito
Cultural, em memória e em vida, a quatro personalidades da cultura acreana.
Este ano serão brindados “Em Memória” o
cientista e escritor tarauacaense Djalma da Cunha Batista e o escritor e
jornalista João Mariano da Silva.
Na categoria “Em Vida” será agraciado o Padre
italiano André Ficarelli, há anos radicado e prestando serviços inestimáveis ao
Acre; o outro agraciado é o poeta senamadureirense Jorge Tufic, com trabalhos
reconhecidos dentro e fora do país.
A cerimônia de premiação ocorrerá no átrio de
entrada do Teatro Plácido de Castro, em Rio Branco, na Av. Getúlio Vargas,
nesta quarta-feira DIA 05 DE NOVEMBRO, dia da Cultura, às 18h30min.
(Com informações repassadas por Clodomir
Monteiro, do Conselho Estadual de Cultura)
BREVE HISTÓRICO DOS AGRACIADOS DA COMENDA
MÉRITO CULTURAL
CATEGORIA “Em vida”
FREI ANDRÉ FICARELLI
Frei André Ficarelli é italiano, e pertence a
Ordem do Servos de Maria. Ficarelli está no Acre desde 1950. É o arquiteto que
projetou a Catedral Nossa Senhora de Nazaré, em Rio Branco, cuja construção teve
início em 1948, com inauguração em 1959.
POETA JORGE TUFIC
O poeta e jornalista Jorge Tufic é acreano de
Sena Madureira, nascido em 13 de agosto de 1930. Tufic é consagrado como um dos
melhores e mais importantes poetas de sua geração, tendo exercido um papel
imprescindível na literatura amazonense (Clube da Madrugada), cearense e
acreana. Em 2012, recebeu o Prêmio Raul Bopp da União Brasileira de Escritores (RJ),
pela obra “Quando as noites voavam”. Jorge Tufic pertece às Academias de Letras
do Acre, do Amazonas e de Letras e Artes do Nordeste. É ainda autor do Hino do
Estado do Amazonas.
CATEGORIA “Em Memória”
JORNALISTA JOÃO MARIANO DA SILVA
João Mariano da Silva nasceu em Aracati, estado
do Ceará, em 13 de maio de 1897. Chegou ao Acre no início de 1920, estabelecendo-se em Cruzeiro do Sul. Foi professor
primário e redator do famoso jornal O Rebate, jornal fundado em 1921, e que
veio a ser o de maior circulação do Território, o qual foi editor por 50 anos, desde
1946 (data em que João Mariano o assumiu) até 31 de março de 1972, quando faleceu. João Mariano marcou a história do jornalismo acreano.
CIENTISTA E ESCRITOR DJALMA DA CUNHA BATISTA
Djalma da Cunha Batista nasceu em Tarauacá
(AC) em 20 de fevereiro de 1916, e faleceu em Manaus, no dia 20 de agosto de
1979. Cientista, pesquisador, escritor, literato, homem de profunda cultura.
Formou-se em Medicina pela conceituada Faculdade de Medicina da Bahia, em 1939,
tornando-se um dos médicos mais conceituados da região Norte pelas suas
pesquisas, entre outras no campo da Tisiologia. Foi presidente por três vezes
da Academia Amazonense de Letras e presidente do Instituto Nacional de Pesquisas
da Amazônia (INPA). Publicou, entre outras, as seguintes obras: Letras da
Amazônia (1938); Da Habitalidade na Amazônia (1965); O Complexo da Amazônia
(1976); Cartas da Amazônia (1989, póstuma), publicado por Guimarães de
Oliveira. Em 1996 foi publicado sobre ele o livro “Djalma Batista: um humanista
da Amazônia”. A editora Valer, do Amazonas, reeditou algumas de suas
conferências num livro intitulado Amazônia, Cultura e Sociedade (2003), e O
Complexo da Amazônia, a mais importante obra de Djalma Batista.
sábado, 1 de novembro de 2014
JUVENTUDE (Sommarlek, 1951)
Um dos meus filmes preferidos de Ingmar Bergman.
> Continue lendo aqui ocomentário crítico de Patrick Corrêa.
“A proposta apresentada por Ingmar Bergman em
Juventude (Sommarlek, 1951) é esquadrinhar os recônditos mais íntimos da
memória de uma pessoa, e explorar todas as decorrências dessa intenção. A
personagem principal da história é Marie (Maj Britt-Nilsson), uma bailarina
clássica que relembra os dias idílicos que passou com um namorado em uma ilha,
e essa rememoração lhe traz de volta as dores e as delícias de um episódio que
passou a acompanhá-la, de uma maneira ou de outra, pela vida. Inicialmente,
somos apresentados ao momento atual da sua vida, em que ela se dedica
exclusivamente à sua arte, fato que incomoda muito seu atual parceiro. Para
ela, o viver é o teatro antes de mais nada, e o palco é o lugar onde ela se
sente completa. E essa predileção pela dança ocasiona um afastamento entre ela
e ele, o que é demonstrado sutilmente no roteiro escrito pelo próprio
realizador em parceria como Herbert Grevenius.
Em determinada altura, as recordações assomam
na cabeça de Marie, e somos transportados, juntamente com o seu pensamento,
para aquele verão que ficou para a vida inteira. É então que conhecemos Henrik
(Birger Malmstem), um rapaz simples de quem ela primeiro fica amiga, para
desenvolver uma paixão posteriormente. Entre eles, surge um amor típico de
juventude, com suas incertezas à flor da pele e sua intensidade plena, como se,
se não tiverem um aou outro, não serão capazes de amar mais ninguém. Assim,
Bergman vai pincelando delicadamente o seu retrato dessa fase da vida em que
tudo ganha proporções magnas, especialmente os sentimentos de amor e ódio.
Jovens, quando amam, são capazes de viver exclusivamente para a pessoa amada,
não medido qualquer esforço para satisfazê-la. Por outro lado, quando odeiam,
manifestam tal sentimento de forma muitas vezes cruel, sem que se permitam,
muitas vezes, rever o que pensam sobre a pessoa a quem o destinam. No romance
de Marie e Henrik, os dois sentimentos estão presentes sob a forma de um
pêndulo, evidenciando o quão oscilantes aqueles dois jovens são naquele
momento.
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