Jurubeba Juruaensis
Cansado desta patusca sobre polítiqueiras já me preparava para curtir meu final de semana na calmaria de minha Ipapeconha, quando o carteiro chegou e o meu nome gritou com um pacote nas mãos - hoje, entrega-se tudo menos cartas.
Deixemos de frescuragens!
Na verdade os Correios entregaram já faz dois dias. Só hoje é que aqui em casa lembraram de me passar a bola.
Fiquei muito satisfeito em receber o livro por camaradagem do seu autor, o tarauacaense do seringal Sumaré, Isaac Melo, que escreve o blog ALMA ACREANA , direto de Belo Horizonte/ MG.
Irei ler, com calma, deitado em minha rede à margem de qualquer igarapé que banha Ipapeconha para melhor ouvir "o estalar do papel no toque dos dedos (p.7)".
Ainda assim já adiantei a leitura do capítulo que narra um pouco sobre a história do alagoano Craveiro Costa, que marcou presença aqui em Cruzeiro do Sul, notadamente na área educacional.
Aí já começou bater a curiosidade: onde se localizava, na cidade, o Liceu "Afonso Pena" do qual o autonomista Craveiro Costa foi nomeado diretor em 1907?
E em qual morro da cidade (seria o da Glória?) o professor, literato e jornalista morou durante muito anos?
A cada vez que tomo conhecimento sobre os principais personagens dos primórdios da civilização nacional aqui no Juruá, percebo o quanto eram intrigantes.
Eu não procuro herois. À teia do social e do histórico ninguém escapa ileso, se for homem humano. Não devemos julgá-los pela ótica de nosso tempo. Eles foram gente com pecados e acertos lá no seu tempo e espaço.
De alguns os bons feitos ficaram.
Entretanto, uma coisa eu estou comprovando cada vez mais: já fomos melhores em termos de qualidade em nossos dirigentes políticos e intelectuais.
Hodierno, as antas prevalecem por aqui e estão cada vez mais abastardas. E seus maiores feitos? A iniquidade consciente!
Mas deixemos essas tranqueiras pra lá. Cansei.
Ipapeconha, meu paraíso, aí vou eu!
E quanto a você meu caro Isaac, se o seu livro "é singelo e simples como a água do nosso Juruá", deve como tal ser caudaloso a nos levar a conhecer um pouco dessa Alma Acreana dividida em cada curva de nossos rios , meandros.
Aí a gente vai juntando, vai.
Obrigado pelo fraterno. Saiba que é reciproco.
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Nota: Tudo que a gente escreve, mesmo sem grandes pretensões e recursos, como o Alma Acreana, é sempre gratificante e enriquecedor o diálogo que surge a partir de quem nos lê. Agradeço aos amigos que receberam tão singelo trabalho e partilham suas impressões, abrem outras portas, outras possibilidades. Quanto ao Jairo é um sábio nato, uma inteligência arguta do nosso Juruá. // Já está quase pronta uma nova edição para a venda na internet.
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